sexta-feira, 29 de junho de 2012

Princípios nota dez.

Fonte: UOL.


Coluna: Lucila Cano.




Kofi Annan, ex secretário-geral da ONU, lançou o Pacto Global em 2000. Com a iniciativa, ele ousou e conseguiu conquistar a adesão de boa parte do empresariado em todo o mundo para práticas de negócios mais éticas e respeitosas.
Na época, não se falava em sustentabilidade, mas os dez princípios do Pacto Global sem dúvida abriram caminho para um amplo debate sobre os valores fundamentais dos indivíduos e do meio ambiente, como pudemos presenciar na Rio+20.
Atualmente, mais de 5.000 organizações são signatárias do Pacto Global. Entre elas, além de empresas, também constam sindicatos, ONGs e agências da própria ONU.
Depois de tantas discussões e declaradas frustrações em torno do documento oficial gerado pela Cúpula da Rio+20, tomo o Pacto Global como um modelo a ser seguido. É resultado de uma iniciativa voluntária que, em vez de sanções e regras obrigatórias, oferece diretrizes para o exercício da cidadania empresarial.

Guia para empresas de todo o mundo

Os dez princípios do Pacto Global abrangem as áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção.
Em direitos humanos, dois princípios indicam que: 1) As organizações devem apoiar e respeitar em sua esfera de influência os direitos humanos reconhecidos internacionalmente; 2) Elas devem certificar-se de que não estejam sendo cúmplices de quaisquer violações dos direitos humanos.
Os princípios relativos aos direitos do trabalho são os quatro seguintes: 3) Apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva; 4) Apoiar a eliminação de todas as formas de trabalho forçado e compulsório; 5) Apoiar a erradicação do trabalho infantil; 6) Eliminar a discriminação com relação ao emprego e à ocupação.
Para o meio ambiente, foram dedicados três princípios: 7) Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais; 8) Engajar-se em iniciativas de promoção de uma maior responsabilidade ambiental; 9) Incentivar o desenvolvimento e a divulgação de tecnologias ambientalmente amigáveis.
O décimo princípio encerra, em poucas palavras, tudo o que se deve fazer a respeito da corrupção: 10) Trabalhar contra a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e suborno.

Avanços na contribuição empresarial

Durante a Rio+20, empresas e organizações avançaram em seu compromisso com a sustentabilidade e assinaram o documento “Contribuição Empresarial para a Promoção da Economia Verde e Inclusiva”.
Trata-se de um incremento para conquistar ainda mais adesões para o Pacto Global, cuja versão também se apresenta em dez princípios. Entre eles, destaco:
Buscar sempre o resultado econômico sustentável, aquele que considera a obtenção de resultados associados à maximização dos benefícios ambientais e sociais e à minimização de possíveis impactos negativos.
Atuar nos processos produtivos e nas cadeias de valor (fornecedores e clientes), melhorando a eficiência do uso de recursos ambientais (energia, materiais, solo, água etc.); reduzindo desperdícios (resíduos, efluentes, gases de efeito estufa etc.); ampliando o uso de fontes de energia ou de matérias-primas renováveis.
Promover a geração de empregos dignos e também o diálogo, a cooperação e o comprometimento, visando ampliar a contribuição de todos para o desenvolvimento sustentável.
Reforçar o investimento em inovação e tecnologia e fortalecer o papel do consumidor e a importância das suas escolhas de consumo, de acordo com o ciclo de vida dos produtos e serviços.
Direcionar os investimentos sociais ao fortalecimento da inclusão social; da educação e desenvolvimento de competências para a sustentabilidade; da promoção da diversidade humana e cultural.
Reforçar o cuidado com os relacionamentos, de maneira a promover o comportamento ético e coibir toda e qualquer forma de corrupção. Isso inclui os cuidados éticos no processo de comunicação das características dos produtos e serviços.


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