segunda-feira, 30 de maio de 2011

Twitter e Facebook na escola? "Pode, sim, desde que com cautela", diz especialista

Fonte: Thiago Minami
De São Paulo
Em vez de estudar, seu filho/aluno passa muito tempo navegando nas mídias sociais, como o Facebook e o Twitter? Com um pouco de cautela, dá para transformar essas ferramentas, tidas como inimigas dos estudos, em uma forma divertida de entender melhor os conteúdos aprendidos em sala de aula.
Essa é a opinião do especialista em novas tecnologias Oge Marques, professor da Universidade Atlântica da Flórida. Ele esteve no Brasil para uma palestra sobre o tema em Curitiba (PR) na última sexta-feira (27).  
“Por meio do Twitter, por exemplo, dá para aprofundar a discussão sobre temas da sala de aula e compartilhar vídeos, textos, fotos e outros”, diz Marques. O mesmo pode ser feito pelo Facebook. Com a ajuda da internet, a garotada tem nas mãos um jeito fácil de, sem sair de casa, interagir com professores e colegas para tirar dúvidas e adquirir materiais relativos a trabalhos, lição de casa e avaliações.
   
Cuidado com as armadilhas

Só é preciso ter cuidado com as armadilhas virtuais. Por exemplo, as fontes de informações poucos confiáveis, o cyberbullying – maus-tratos ao próximo via internet – e o acesso a conteúdos impróprios. “Para isso, a solução é permitir o uso das mídias sociais num ambiente controlado”, explica Marques.
Mas nem pense em autoritarismo e proibições. “Isso desestimula o uso benéfico das ferramentas”, aponta o especialista. O caminho é discutir o que são e para que servem sites como o Facebook e do Twitter, deixando claras que as consequências que podem trazer para a “vida real”.  Em outras palavras, refletir junto com a moçada em vez de intimidar.
“Este é um desafio também para os adultos”, diz Marques. Afinal, a idade não deixa a salvo os mais velhos de caírem numa fria usando a internet. “No caso da escola, é preciso que os educadores estejam preparados para trabalhar com as mídias sociais em aula.”

Adultos devem ser os mediadores

Na era da informação, a função do professor não é mais somente a de apresentar conteúdos prontos. Precisa, sim, ser um mediador – alguém que ensina a melhor maneira de se obter as informações. Isso vale para os pais também. Para isso, é importante estimular a participação ativa dos alunos no processo educacional. “É uma revolução que está tomando lugar aos poucos”, acredita Marques.
Também é essencial levar em conta que muitos jovens nasceram na era da internet, mas nem por isso a dominam completamente. “É comum, por exemplo, que muitos não conheçam bem as opções de privacidade que existem no Facebook”, diz Marques. Portanto, um treinamento técnico prévio pode ser necessário. 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Escola implanta política de "tolerância zero" com atrasos de alunos
Fonte: IG Educação

A direção do Instituto de Educação Estadual de Maringá, cidade a 436 quilômetros de Curitiba (PR), resolveu endurecer as regras para o horário de entrada dos alunos no colégio. Desde a semana passada, todos os estudantes que não chegam pontualmente ao horário marcado para início das aulas são mandados de volta para casa, perdendo as cinco aulas do dia, não só a primeira.

Nem com a presença dos pais a escola tem sido maleável. Na semana passada, por causa do trânsito, uma mãe atrasou para deixar a filha na escola, de cinco a dez minutos depois do horário estipulado, segundo relato que foi feito ao conselho tutelar do município. “Não houve conversa e ela foi até maltratada. A filha teve que voltar para casa”, conta o conselheiro tutelar Vandré Fernando.

A medida causou revolta no conselho tutelar, que ingressou com duas representações no Ministério Público Estadual contra a decisão da escola. “O que mais lutamos aqui no município é contra a evasão escolar e nesse caso o incentivo parte da própria escola? Essa é uma postura inaceitável, arbitrária e inconstitucional, que fere os direitos da criança e do adolescente”, critica o conselheiro.

De acordo com Fernando, a regra do Instituto de Educação, localizado na região central da cidade, expõe os adolescentes a riscos. “Há inúmeras denúncias de prostituição e tráfico de drogas no entorno da escola. Quem garante que o adolescente vai voltar para casa se perder o horário da aula?”, pergunta ele.

Para tentar chegar a um acordo sobre a questão, uma reunião foi marcada para a manhã desta quinta-feira, envolvendo diretoria do colégio, conselho tutelar, núcleo de educação e promotorias da Educação e da Criança e da Juventude.

As duas diretoras da escola passaram a tarde toda em reunião com o Núcleo Regional de Educação de Maringá para tratar do assunto e por isso não puderam atender à reportagem do iG.

A Secretaria de Estado da Educação (Seed) informou, por meio de nota oficial, que o núcleo regional já contatou a escola e reforçou as orientações sobre a liberação de entrada de alunos atrasados. “Desde a última terça-feira (24) os alunos que chegam atrasados não estão mais sendo dispensados pela escola”, diz a nota.

No posicionamento, a Seed deixa claro que a determinação do colégio é contrária à postura do governo estadual. “É direito do aluno permanecer na instituição de ensino, mesmo em casos de atrasos, evitando, assim, uma situação de vulnerabilidade ante os perigos que rondam a escola. Neste caso, o estabelecimento de ensino deverá receber o aluno e comunicar aos pais ou responsáveis sobre o atraso”, finaliza o documento.
Anvisa aprova vacina contra HPV para homens

Fonte: Estadão Online

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da vacina contra o HPV para pessoas do sexo masculino com idade entre 9 e 26 anos. A decisão foi baseada em estudos apresentados pela empresa Merck Sharp&Dohme e formalizada no dia 5 de maio, mas ainda não foi publicada no Diário Oficial da União.
A vacina quadrivante, a mesma utilizada para mulheres, atua contra os tipos 6, 11, 16 e 18 da doença e terá efeito na prevenção de verrugas genitais externas. O estudo não demonstrou, porém, a eficácia da vacina para outros desfechos clínicos como a prevenção de lesões pré-cancerosas genitais, câncer peniano, perineal e perianal ou câncer anal.
Projeto Mediação Escolar e Comunitária

Autor: Rodrigo Ponce (PCOP)
Colaboração: Fabiana dos Santos Viudes (PMEC)

Não é exatamente uma novidade que a Educação brasileira tem sofrido alguns entraves ao longo dos últimos anos. Entre os diversos fatores que podem ter ocasionado os atuais problemas, um deles merece destaque, que é a violência que existe dentro das escolas, e que tem aumentado cada vez mais, em escala cada vez mais preocupante.

Pensando nisso, um projeto vem sendo desenvolvido em diversas escolas da rede estadual de São Paulo, no intuito de combater o incremento dessa violência. É o projeto Mediação Escolar e Comunitária, que vem sendo executado desde julho de 2010.

De caráter essencialmente pedagógico, o projeto tem como base de atuação a JUSTIÇA RESTAURATIVA, em contraposição à comumente utilizada justiça punitiva. Os princípios da Mediação Escolar Comunitária são a educação fundamentada na construção de valores sociais e individuais, que buscam levar à apropriação de uma nova visão, um novo foco dentro da resolução de conflitos no contexto das escolas.

Paz, restauração, comunicação, igualdade, diálogo, respeito, autonomia, neutralidade e imparcialidade são alguns dos princípios essenciais na execução do projeto, cuja finalidade pode ser definida como a busca pela convivência pacífica entre os indivíduos dentro de uma comunidade escolar.

Na 1ª etapa do projeto foram selecionadas 1000 escolas do Estado. Na DER Centro há 16 escolas da rede estadual, que contam com Professores Mediadores Escolares e Comunitários (PMECs), que trabalham em conjunto com a direção, coordenação, corpo docente, alunos e comunidade das escolas, dentre os quais 5 assumiram o projeto no ano de 2011.

Os encontros são realizados quinzenalmente no âmbito da DER Centro pelos gestores regionais Maria Bernadete Ferreira de Souza e Júnia dos Santos Romera e contam com o auxílio dos PCOPs Karin Sant’Anna Kössling, Rodrigo Ponce e Carlos Watarai.

Equipe de PMECs e gestores do Projeto, em reunião realizada no dia 24 de maio de 2011 na DER Centro.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Diferença salarial é mais acentuada por escolaridade

Diferença salarial é mais acentuada por escolaridade, diz IBGE
Segundo levantamento do IBGE, trabalhadores com curso superior em 2009 ganharam um salário 225% mais alto
25 de maio de 2011 | 10h 00

Fonte:Daniela Amorim, da Agência Estado

RIO - Os homens ainda são maioria no mercado de trabalho e possuem salário maior que o das mulheres, segundo o Cadastro Central de Empresas 2009 (Cempre), divulgado nesta quarta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, ao contrário do que ocorria no passado, o gênero não é mais tão determinante para o sucesso profissional. O que impulsiona o salário atualmente é o nível de escolaridade.
Embora os homens ganhassem 24,1% a mais do que as mulheres, segundo a média nacional, a escolaridade mostrou-se mais determinante para o nível salarial. Os trabalhadores que tinham curso superior ganhavam um salário 225% maior do que os que não concluíram a faculdade.
"A informação que consideramos mais importante no estudo foi que existe ainda uma diferença salarial significativa entre homens e mulheres no País, e, mais ainda, uma diferença entre as pessoas que têm nível superior e as que não têm, mostrando a importância da educação em termos de retornos salariais", disse Denise Guichard Freire, gerente do Cempre.
De um montante de 40,2 milhões de trabalhadores assalariados, 33,6 milhões não tinham nível superior (83,5%) contra apenas 6,6 milhões de pessoas com curso superior (16,5%). No entanto, essa fatia de trabalhadores que concluíram a faculdade concentrou R$ 310,6 bilhões, ou 39,7% da massa salarial, enquanto os outros R$ 471,3 bilhões, ou 60,3%, foram distribuídos entre os trabalhadores com menor escolaridade.
"As diferenças salariais são muito significativas em todos os setores da atividade econômica, mas principalmente na indústria, muito mais do que no comércio", afirmou Denise. O salário médio mensal, em 2009, foi de R$ 1.540,59 ou 3,3 salários  mínimos. Os homens receberam, em média, R$ 1.682,07, ou 3,6 salários, enquanto que as mulheres receberam R$ 1.346,16, ou 2,9 salários.

"De uma forma geral a mulher ganha menos, mas como está inserida em empresas menores, existe também uma relação entre o porte da empresa e o salário pago. Essas micro e pequenas empresas pagam salários menores do que as grandes empresas", completou a gerente do IBGE.
O levantamento foi conduzido com 4,8 milhões de empresas e organizações, que reuniam 40,2 milhões de assalariados, sendo que 23,4 milhões (58,1%) eram homens e 33,6 milhões (83,5%) não tinham nível superior.

Unesp registra recorde de inscritos por vaga no vestibular


Fonte: Portal Terra Educação
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) registrou um recorde em número de inscritos por vaga. Segundo informações da instituição, a concorrência no Vestibular Meio de Ano é a maior na história dos concursos da Universidade. Os 12.375 inscritos representam total de 24,3 pessoas para cada uma das 510 vagas disponíveis, o maior índice desde que o exame da Universidade passou a ser feito pela Fundação Vunesp, em 1980, quando 35.622 inscritos concorreram a 2.283 vagas para ingresso em 1981, uma média de 15,6 candidatos por vaga.
A relação candidato/vaga mais alta registrada antes desse ano tinha sido 18,2 candidatos por vaga, em 2003, quando foram oferecidas carreiras em sete novos câmpus (Dracena, Itapeva, Ourinhos, Rosana, São Vicente, Sorocaba e Tupã). Desde 2001, a Unesp passou a realizar exame também no meio do ano.
As carreiras disponíveis para o meio de ano são Agronomia (Ilha Solteira e Registro), Geografia (Ourinhos), Zootecnia (Dracena e Ilha Solteira) e as Engenharias Ambiental (Sorocaba), Civil (Ilha Solteira), de Controle e Automação (Sorocaba), de Produção (Bauru), Elétrica (Ilha Solteira) e Mecânica (Ilha Solteira).
A prova da primeira fase será aplicada em 12 de junho, nas cidades onde há oferta de vagas e também em Campinas, Guaratinguetá, São José do Rio Preto e São Paulo. No dia 22 de junho, os candidatos saberão se foram ou não convocados para a segunda fase, marcada para 3 e 4 de julho.
Para composição do resultado final, que será divulgado em 20 de julho, a Universidade utilizará a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009 ou 2010.
A instituição, que está presente em 23 cidades do Estado de São Paulo, oferece 168 cursos de graduação e 115 programas de pós-graduação. Tem 50.316 alunos, 3.425 mil professores e 6.880 mil servidores técnico-administrativos.

Sala de aula brasileira é mais indisciplinada que a média, diz estudo

Segundo alunos, professores têm de esperar a classe se acalmar para continuar aula

Fonte: R7

As salas de aula brasileiras são mais indisciplinadas do que a média de outros países avaliados em um estudo do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, na sigla em inglês).
O estudo, feito com dados de 2009 pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), aponta que, no Brasil, 67% dos alunos entrevistados disseram que seus professores "nunca ou quase nunca" têm de esperar um longo período até que a classe se acalme para dar prosseguimento à aula.
Entre os 66 países participantes da pesquisa, em média 72% dos alunos dizem que os professores "nunca ou quase nunca" têm de esperar que a classe se discipline.
Os países asiáticos são os mais bem colocados no estudo: no Japão, no Cazaquistão, em Xangai (China) e em Hong Kong, entre 93% e 89% dos alunos disseram que as classes costumam ser disciplinadas.
Finlândia, Grécia e Argentina são os países onde, segundo percepção dos alunos, os professores têm de esperar com mais frequência para que os alunos se acalmem.
O estudo foi feito com alunos na faixa dos 15 anos.
Menos distúrbios

O estudo identificou que os distúrbios em sala de aula estão, em média, menores do que eram na pesquisa anterior, feita no ano 2000.
De acordo com o levantamento, "a disciplina nas escolas não deteriorou - na verdade, melhorou na maioria dos países" diz o texto da pesquisa.
- Em média, a porcentagem de estudantes que relataram que seus professores não têm de esperar muito tempo até que eles se acalmem aumentou em seis pontos percentuais.
Segundo o estudo, a bagunça em sala de aula tem efeito direto sobre o rendimento dos estudantes. Salas de aula e escolas com mais problemas de disciplina levam a menos aprendizado, já que os professores têm de gastar mais tempo criando um ambiente ordeiro antes que os ensinamentos possam começar, afirma o relatório da OCDE.
O texto ainda aponta que "estudantes que relatam que suas aulas são constantemente interrompidas têm performance pior do que estudantes que relatam que suas aulas têm menos interrupções".
A criação desse ambiente positivo em sala de aula tem a ver, segundo a OCDE, com uma "relação positiva entre alunos e professores". Se os alunos sentem que são levados a sério por seus mestres, eles tendem a aprender mais e a ter uma conduta melhor, conclui o relatório.
No caso do Brasil, porém, a pesquisa mostra que os estudantes contam menos com seus professores do que há dez anos.
- Relações positivas entre alunos e professores não são limitadas a que os professores escutem  seus pupilos). Na Alemanha, por exemplo, a proporção de estudantes que relatou que os professores lhe dariam ajuda extra caso necessário cresceu de 59% em 2000 a 71% em 2009.
Já no Brasil essa proporção de estudantes caiu de 88% em 2000 para 78% em 2009.

Aula obrigatória de música nas escolas amplia mercado na área

Com a obrigatoriedade das aulas de música no currículo das escolas, especialistas acreditam que o número de alunos na faculdade tende a aumentar

A carreira de músico se inicia muito antes de entrar na vida acadêmica. Para ingressar na faculdade, é preciso ter algum conhecimento para enfrentar a prova de conhecimentos específicos. Com a obrigatoriedade das aulas de música no currículo das escolas, especialistas acreditam que o número de alunos na faculdade tende a aumentar.
Para ingressar no curso, é preciso passar por uma prova específica antes de realizar o vestibular. Nesse teste, o aluno já encaminha a área que pretende fazer na faculdade. É feita uma prova individual, em que o estudante é acompanhado por uma bancada de professores e precisa demonstrar suas habilidades em diversas áreas da música, com ênfase para o campo que deseja seguir.
Apesar de escolher o instrumento no início da faculdade, o aluno tem contato com outras práticas musicais durante o curso, porém, se ele desejar trocar de especialidade precisa realizar uma nova prova específica para que ocorra a migração.
Segundo o chefe do departamento de música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Jocelei Bohrer, houve uma mudança no mercado de trabalho, pois as orquestras que eram uma das principais opções para quem deixava a faculdade, estão diminuindo de quantidade. A boa notícia é que alternativas estão surgindo.
O que deve gerar uma grande mudança na área é a lei aprovada em agosto de 2008, que determinou um prazo de 3 anos para que todas as escolas públicas e privadas disponibilizem aulas de músicas aos seus alunos. Para Bohrer, isso qualificará o curso de graduação.

"Essa medida vai aumentar a porcentagem de estudantes, pois as crianças terão um contato desde cedo com a música. Teremos alunos mais preparados, e também poderemos selecionar melhor os candidatos. Mas só sentiremos esses efeitos daqui cinco anos", estima.
O curso de licenciatura na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) existe há 6 anos e, de acordo com o coordenador da graduação de música da faculdade, Fernando Hashimoto, já houve um crescimento na procura pela faculdade.

Hashimoto acredita que os cursos de música, principalmente os voltados para a pedagogia, tendem a crescer graças à falta de profissionais graduados no mercado. "O número de professores que essa nova lei demanda não existe", afirma.
Lúcio Salimen, 22 anos, se formou em janeiro de 2010 no curso de licenciatura em música no IPA, em Porto Alegre (RS). Porém, quando ingressou na faculdade não sabia se era exatamente o curso certo. "Eu entrei por não saber muito o que fazer, nunca tinha me imaginado dando aula", afirma. Mas, depois de formado, lecionou em creches para crianças de 0 a 6 anos.
Na sala de aula, Salimen trabalhava com a construção de instrumentos recicláveis e a história da música. Outra faixa etária que atuou foi a de 7 a 15 anos, com a qual usava mais os instrumentos, tocando os ritmos preferidos dos alunos, que incluíam o sertanejo, samba, música gaúcha e outros ritmos brasileiros.
"Temos várias gerações com cultura musical defasada", diz Salimen. O educador acredita que a nova lei terá que ser pensada, pois ainda não se sabe se a música será usada como uma forma de entretenimento ou se será uma disciplinas como as outras. Mas ele acredita que a novidade possa até auxiliar em outras disciplinas.
"A percepção musical é muito trabalhada, isso muda a percepção para todas as disciplinas. O aluno terá que ter atenção, vai aprender a ouvir, trabalha ao mesmo tempo a coordenação motora e intelectual, isso com certeza vai ajudar em outras disciplinas no colégio", afirma o professor.


Fonte: Terra

GOVERNO PAULISTA TERÁ NOVOS CRITÉRIOS PARA CONCESSÃO DE BÔNUS A ESCOLAS

Fonte: O Estado de São Paulo (SP)
Mariana Mandelli  
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo vai alterar os critérios para o cálculo do bônus por desempenho das escolas no Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), concedido a docentes e funcionários. A ideia é levar em conta o esforço e a questão socioeconômica de cada unidade, uma vez que a rede estadual, que conta com 5,3 mil escolas, é bastante heterogênea.
Segundo o Estado apurou, a pasta vem fazendo reuniões para discutir o assunto. Quem está preparando o projeto é o especialista em avaliações Francisco Soares, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Também participaram dos encontros o secretário estadual da Educação, Herman Voorwald; o secretário adjunto João Cardoso Palma Filho; as ex-secretárias Maria Helena Guimarães e Rose Neubauer; a diretora acadêmica da Vunesp, Tania de Azevedo; a diretora executiva da Fundação Seade, Felícia Madeira; o presidente do Conselho Estadual de Educação, Hubert Alquéres; e a pesquisadora e educadora Guiomar Namo de Mello.
"O que o secretário quer é trazer o critério socioeconômico como uma dimensão que, até agora, estava fora dos cálculos. Isso estará em uma expressão aritmética que ainda não está pronta", afirmou Soares ao Estado.

"Garantir o aprendizado das competências básicas é tarefa mais difícil quando os alunos trazem pouco de casa. Ou seja, um indicador que descreve os resultados educacionais de uma escola deveria considerar essa diferença no alunado das diferentes escolas. Isso é possível, por exemplo, considerando o nível socioeconômico das escolas."
Para transformar o cenário socioeconômico de cada escola em números serão utilizados dados da Seade e também dos questionários do Saresp respondidos pelos alunos durante os últimos quatro anos.
A pasta também quer evitar que as escolas que estejam em um bom patamar de desempenho e percam, de um ano para o outro, poucos pontos no Idesp deixem de receber o bônus - o que ocorre hoje e provoca grande polêmica na rede.
Ainda não há previsão para a implementação das mudanças - o Saresp deste ano deve ocorrer nos moldes do ano passado.
Apesar da inserção de novos indicadores, a ideia da pasta é manter o caráter de desempenho do bônus. Hoje, o cálculo leva em conta a evolução do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp), número baseado nas taxas de aprovação, repetência, evasão e também na nota dos estudantes no Saresp, prova aplicada anualmente para alunos do 3.º, 5.º, 7.º e 9.º anos do ensino fundamental e 3.º ano do médio.
Recebem a bonificação professores, diretores e funcionários que cumpriram ao menos parcialmente as metas de desempenho definidas pela rede. Além disso, é preciso ter comparecido às aulas em pelo menos dois terços do ano - há desconto por faltas. Quem atingiu as metas recebe até 2,4 salários e quem superou a meta ganha 2,9.
Previsões
O peso que cada critério terá no Idesp ainda será definido. "Chegou-se à conclusão de que esse é o melhor caminho para o aperfeiçoamento do Idesp", afirma Fernando Padula, chefe de gabinete da pasta. "A ideia vem em duas vertentes: reconhecer a boa escola e levar em conta o esforço dela." 
Para a ex-secretária de Estado Maria Helena Guimarães, a mudança é positiva. "Sou a favor desse processo porque ele contempla a equidade entre as escolas", disse. Foi durante sua gestão que o bônus foi idealizado. 
Sobre o impacto que as possíveis mudanças terão no orçamento, o secretário Herman Voorwald diz que a verba para o bônus está prevista.

"Há uma previsão de recursos para o pagamento. Toda a construção da política salarial e do bônus se inserem no entendimento de ter um orçamento que possibilite isso", disse ao Estado. No início do mês, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou um aumento de 42,2% em quatro anos para os docentes.
PARA LEMBRAR
Neste ano, o número de escolas da rede estadual que não receberam o bônus por resultado triplicou. Cerca 29% das escolas (1.474 unidades) não atingiram as metas da pasta. Em 2010, a taxa foi de 9,9% (ou 510 escolas). A bonificação paga neste ano foi de R$ 340 milhões - no ano passado, foram gastos R$ 655 milhões.
A menor média de desempenho do Estado foi no interior, em Itararé, a cerca de 280 quilômetros de São Paulo. A cidade atingiu 0,190 no Idesp - o índice vai de 0 a 10. Na capital, as escolas da extrema zona leste tiveram as piores médias.

A diretoria Leste 2, que reúne 90 escolas de bairros como Itaim Paulista, Lajeado, São Miguel, Jardim Helena e Vila Curuçá, obteve 0,278.

PROFESSORES SUSPENDEM AULAS EM SANTA CATARINA E SERGIPE

Sindicato de SC diz que piso nacional beneficia apenas 53% da categoria; sergipanos não aceitam parcelar reajuste



Elder Ogliari, Júlio Castro e Antônio Carlos Garcia  
Professores da rede estadual de Sergipe decretaram greve no início da semana para exigir a implementação do piso salarial nacional, de R$ 1.187. Em Santa Catarina, os docentes paralisaram as atividade por considerar esse valor muito baixo.
De acordo com o sindicato catarinense (Sinte), a medida provisória que fixou o piso beneficia apenas 53% dos professores - aqueles que recebiam salários em torno de R$ 600.
"A proposta achata a tabela e tira o estímulo. Quem buscou uma pós, um mestrado ou especialização trabalhará com o mesmo nível salarial de quem saiu da graduação", diz a coordenadora do Sinte, Alvete Bedin.
Em nota, a Secretaria Estadual da Educação garante que nenhum professor ganhará menos que R$ 1.683 e os profissionais das categorias mais altas não terão redução de vencimentos. O Sinte considera que mais de 90% dos professores aderiram ao movimento. Segundo a secretaria, 52,74% dos 39 mil docentes estão parados.
Em Sergipe, cerca de 300 mil alunos da rede estadual estão sem aulas desde anteontem. Os professores não aceitaram a proposta da Secretaria Estadual da Educação de parcelar o reajuste de 15,86% para os professores de nível 2. O Estado alega enfrentar dificuldades financeiras.
Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre também houve paralisação de professores e servidores da saúde da rede municipal. As categorias querem reajuste salarial de 18%. A prefeitura ofereceu 7%.

Fonte: O Estado de São Paulo (SP)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Inscrições para o ENEM

Estão abertas desde ontem (23/05) as inscrições para o ENEM 2011. As inscrições permanecerão abertas até o dia 10 de Junho. As provas ocorrerão nos dias 22 e 23 de Outubro.

Maiores informações no site do ENEM

FMU cria núcleo sobre bullying e lança cartilha

Fonte: Metrô News : Redação
O Complexo Educacional FMU e o Imae – Instituto Metropolitano de Altos Estudos, órgão da FMU, lançou ontem o Núcleo Metropolitano de Estudos Interdisciplinares sobre Bullying.
O Núcleo terá apoio científico das faculdades de Direito e de Psicologia da FMU.
Edevaldo Alves da Silva, presidente do Complexo Educacional FMU e idealizador do projeto, afirma que o papel do ensino superior vai além das salas de aula e, por conta disso, a instituição decidiu abraçar a causa com ações de combate ao problema.
Além do núcleo, a FMU lançou, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ),  a Cartilha Bullying – Justiça nas Escolas, escrita por Ana Beatriz Barbosa Silva, professora Honoris Causa da instituição. Está prevista a distribuição de 65 mil cartilhas, gratuitamente, nas escolas públicas e privadas do Estado, com orientações e textos voltados para gestores escolares, diretores, professores e coordenadores de escolas públicas e privadas do estado de São Paulo.
Além da cartilha, também foram lançados, ontem, os livros ‘Bullying – Aspectos Jurídicos’, de Marco Aurélio Mello e ‘Bullying – Aspectos Educacionais’, de Gabriel Chalita, professor da FMU e membro do Conselho Superior do Imae.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Governo de SP anuncia criação da escola virtual

23 de maio de 2011 | 10h 10
Fonte: AE - Agência Estado
Um decreto do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que deve ser publicado no Diário Oficial de amanhã, cria a Escola Virtual de Programas Educacionais, a Evesp. O objetivo é que o órgão trabalhe os conteúdos da educação básica (ensinos fundamental e médio) utilizando ferramentas de tecnologia da informação e comunicação.
"Não vamos tirar ninguém da sala de aula. O trabalho da Evesp será oferecer formação regular e de capacitação principalmente para os alunos que não conseguem se locomover", explica Herman Voorwald, secretário estadual de Educação. Para isso, devem ser utilizadas a infraestrutura e as metodologias da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), o programa de expansão do ensino superior criado em outubro de 2008. "A Univesp é o nosso braço ágil", diz Voorwald.
O nome do responsável pela coordenação da Evesp ainda não foi definido, segundo o secretário, mas as duas primeiras ações já estão definidas: conteúdo de línguas estrangeiras em escolas regulares e atuação no sistema prisional paulista.
No caso do ensino de idiomas, a Evesp dará suporte aos Centros de Ensino de Línguas Estrangeiras (CELs). Existem 105 deles no Estado e a expectativa é de que 50 mil estudantes dos ensino fundamental e médio assistam 136 aulas de inglês oferecidas em formato presencial, mas com acesso a conteúdo virtual e sob a supervisão de um tutor.
O outro foco já estipulado de atuação da escola virtual serão as unidades prisionais do Estado. A previsão é de que o início das aulas aconteçam no segundo semestre deste ano. Inicialmente, em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária, serão atendidos cerca 12 mil detentos nos ensinos fundamental, médio e profissionalizante. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Professora Amanda Gurgel silencia Deputados em audiência pública.
Depoimento Resumindo o quadro da Educação no Brasil.
Educadora fala sobre condições precárias de trabalho no RN/BRASIL.
http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA

Huck volta com o jogo de soletrar

Fonte: Aline Nunes - Jornal da Tarde
Ao concluir o processo de alfabetização, todo mundo já deveria saber de cor quando a letra ‘s’ deve ser substituída pelo ‘x’, ou quando é preciso usar o ‘j’ no lugar do ‘g’, por exemplo. Mas, na prática, é difícil achar alguém que nunca tenha se atrapalhado com as regras ortográficas da nossa língua. O apresentador Luciano Huck, do Caldeirão do Huck, da Globo, aproveita para explorar essas dificuldades no game show Soletrando e faz disso entretenimento. No sábado, ele inicia a quinta temporada do programa, que neste ano homenageia a escritora Maria Clara Machado (1921-2001), fundadora da companhia e teatro Tablado, do Rio de Janeiro. Em abril, ela completaria 90 anos.
No Soletrando, estudantes de até 16 anos concorrem a uma bolsa de estudos no valor de R$ 100 mil. E, além dos alunos, celebridades também aceitam ter seus conhecimentos testados, em frente às câmeras. É o caso dos atores Claudia Raia, Pedro Cardoso e Lúcio Mauro Filho, que participaram de edições anteriores, e de Emanuelle Araújo, que gravou a estreia da nova temporada
O público gosta das saias justas em que ficam os convidados e o apresentador Luciano Huck. “Se eu fosse participar do game, eu sairia na primeira rodada”, disse Huck, numa gravação da atração, que o JT acompanhou no Projac, no Rio de Janeiro.
Este ano, o programa recebeu cerca de 400 mil inscrições, das quais 30% dos estados do Ceará, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo. O número não é nada ruim se comparado ao reality show Big Brother Brasil. Um dos programas de maior visibilidade na emissora, o BBB deste ano recebeu 132 mil inscrições de todo o País.
Nesta quinta edição do Soletrando, o vencedor levará um troféu com o nome de Maria Clara Machado, criado pelos artistas plásticos Gustavo e Otávio Pandolfo, conhecidos como osgêmeos. Eles são referência no grafite e seu trabalho é conhecido em países como EUA, Cuba e Inglaterra. “Começamos ontem a criar a obra”, disse Otávio ao JT. A final do concurso será daqui um mês.
Seleção
O processo de seleção da nova temporada é igual às demais. Diretores de escolas do ensino público dos 27 estados do País procuraram o programa, durante seis meses fizeram mini seletivas em seus respectivos colégios e a produção do Caldeirão acompanhou tudo.

Especialistas da área de educação acreditam que, apesar do programa ter algum teor educativo, a competição não alimenta o processo de educação. “O fato dos alunos irem para a TV representando sua escola é um fardo muito grande para um jovem. O sentimento de perda não é algo positivo na etapa de desenvolvimento de um adolescente”, explica Neide Noffs, diretora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC). E a professora completa: “A mídia até informa, mas não necessariamente educa.”
Luciano Huck, no entanto, rebate: “Não somos a TV Cultura, somos a TV Globo e a ideia é fazer um game em que o protagonista é a língua portuguesa. A gente não tem a pretensão de educar ou deseducar. A gente faz entretenimento”, diz o apresentador.
Gravação no Projac
Para a gravação do quadro, o estúdio do Caldeirão se transforma em outro. Nada de bailarinas, música alta ou plateia. No palco, letras do abecedário transformam-se em bancos para os nove estudantes de cada rodada. Os familiares acompanham tudo, acomodados num lounge. Este ano, a disputa terá três grupos de nove alunos (grupo A: Nordeste; grupo B: Norte e Centro-oeste e grupo C: Sul e Sudeste). O professor Sérgio Nogueira, mestre em língua portuguesa, com 30 anos de sala de aula e dez livros lançados, continua no posto de jurado principal do game. Na primeira rodada, a atriz e cantora Emanuelle Araújo é a celebridade convidada para representar a região Nordeste. “Para ficar mais justo, decidimos que todos os concorrentes irão soletrar a mesma palavra”, adianta Huck.

Mesmo assim, é difícil os estudantes relaxarem. No estúdio, eles sequer olham para os lados. Alguns cruzam os braços junto ao corpo, como quem tenta se esquentar debaixo do ar condicionado gelado. A descontração só vem com a atração musical, Maria Gadú. “Não lembro qual foi a palavra, mas pedi para a Gadú soletrar e no final eu errei também”, conta Huck. E lá foi Gadú se virar nas letrinhas, s-h-i-m-b-a-l-a-i-ê.

Inscrições para Enem 2011 começam nesta segunda, às 10h

Fonte:UOL - Notícia-Redação
As incrições para o Enem (Examen Nacional do Ensino Médio) começam nesta segunda-feira (23) a partir das 10h -- e serão feitas exclusivamente pela internet.

As inscrições ficarão abertas até dia 10 de junho de 2011, às 23h59. Os interessados precisam ter CPF (Cadastro de Pessoa Física) próprio.
As inscrições vão custar R$ 35. E, assim como nas outras edições, haverá isenção do pagamento da tarifa para alunos que terminam o ensino médio em rede pública.
As provas deste ano serão nos dias 22 e 23 de outubro.
Algumas regras seguem as mesmas no Enem 2011: estão proibidos o uso de lápis e borracha na prova e os inscritos não poderão portar relógio e celular.
"O uso de lápis e borracha não está permitido pensando nos estudantes que querem garantir a lisura do processo. Por respeito a eles, temos que coibir a possibilidade da utilização indevida desses materiais", afirma Malvina Tuttman, presidente do Inep, autarquia do MEC responsável pelo exame.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Haddad nega que MEC irá alterar conteúdo de material de combate à homofobia nas escolas

 
O ministro da Educação, Fernando Haddad, fala sobre o Pronatec, Enem, e o Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), durante o programa Bom Dia Ministro
O ministro da Educação, Fernando Haddad, fala sobre o Pronatec, Enem, e o Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), durante o programa Bom Dia MinistroO ministro Fernando Haddad negou que o Ministério da Educação (MEC) tenha decidido alterar o conteúdo do kit de combate à homofobia que será distribuído às escolas públicas de ensino médio. Ontem (18) ele se encontrou com parlamentares da bancada evangélica que são contra o material e assegurou que os deputados poderão manifestar sua opinião à comissão de publicação de materiais do ministério, mas que as sugestões poderão ou não ser acatadas.
“O material encomendado pelo MEC visa a combater a violência contra homossexuais nas escolas públicas do país. A violência contra esse público é muito grande e a educação é um direito de todos os brasileiros, independentemente de cor, crença religiosa ou orientação sexual. Os estabelecimentos públicos têm que estar preparados para receber essas pessoas e apoiá-las no seu desenvolvimento”, defendeu Haddad durante o programa de rádio Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
O kit homofobia, como vem sendo chamado, foi elaborado por entidades de defesa dos direitos humanos e da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) a partir do diagnóstico de que falta material adequado e preparo dos professores para tratar do tema. O material é formado por cartazes, um livro com sugestão de atividades para o professor e três peças audiovisuais.
A previsão do ministério é que os kits cheguem às escolas no segundo semestre de 2011. O material é voltado para alunos do ensino médio – a partir dos 15 anos.
Por Ag. Brasil

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Escola estadual expulsa 11 jovens por agressão e bullying

Alunos de 14 a 16 anos agrediram colegas mais jovens em Votorantim (SP); uma professora foi atacada com uma pedra
Fonte: Estadão
SOROCABA
A direção da Escola Estadual Prof. Daniel Verano, de Votorantim, a 102 quilômetros de São Paulo, puniu com a expulsão 11 alunos acusados da prática de bullying. Os adolescentes, com idades entre 14 e 16 anos, são acusados de terem agredido e humilhado alunos da 6.ª série do ensino fundamental, na faixa etária de 11 anos.
As agressões ocorreram no último dia 5 e a punição foi confirmada ontem. Na sexta-feira, pais dos alunos agredidos foram à escola para pressionar a direção a tomar providências.
De acordo com informações dos pais, os agressores cercaram as crianças durante o recreio. Meninos e meninas foram agredidos a socos e pontapés. Um dos agressores empunhou uma faca. Uma professora que tentou intervir recebeu uma pedrada.
A ação dos adolescentes contra os alunos da outra série teria sido combinada pela internet. Cinco estudantes identificados como agressores foram transferidos. Os outros estão suspensos e aguardam a confirmação de vaga em outra escola. Os pais de um aluno que já tinha sido expulso de outro estabelecimento decidiram que ele não voltará a estudar. O caso será encaminhado para o Conselho Tutelar.
A Diretoria Regional de Ensino de Votorantim informou que a decisão de transferir os 11 estudantes envolvidos no incidente partiu do Conselho Escolar, formado por professores e funcionários da unidade, pais e representantes do corpo estudantil, em reunião que contou com a presença dos responsáveis por todos os envolvidos. A resolução se baseou no histórico dos estudantes e na gravidade do caso.
Cinco dos 11 alunos já foram transferidos e os demais continuam assistindo às aulas na Escola Estadual Professor Daniel Verano enquanto aguardam a efetivação da transferência.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Correção de rumo - Entrevista com o Prof Herman Voorwald

Fonte: REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 169
Novo secretário estadual paulista reafirma compromisso de diálogo com profissionais da educação e convida a rede para construção conjunta com objetivo de revigorar a carreira docente e o sistema de ensino do estado
Diálogo, comprometimento, construção conjunta de uma nova carreira docente, planejamento de ações. Esses são alguns dos principais mantras que o novo secretário de Educação paulista, o engenheiro mecânico e ex-reitor da Unesp, Herman Voorwald, reafirma na entrevista a seguir, concedida ao editor Rubem Barros.
Em suas falas, Voorwald, que também foi vice-reitor da Unesp e desempenhou função ligada à área de Planejamento e Orçamento da mesma universidade, sinaliza uma correção de rumos em relação a algumas das políticas implementadas por seus antecessores, em especial os secretários Paulo Renato de Souza e Maria Helena Guimarães de Castro. Entre elas, a política de bônus e o exame dos professores como elementos diferenciais da carreira e da remuneração docentes, que renega. E enuncia metas ambiciosas: fazer da carreira docente uma das dez mais atraentes em dez anos e colocar o sistema educacional paulista entre os 25 melhores do mundo até 2030.
Quando indicado ao cargo, o senhor prometeu rever o plano de carreira dos professores da rede estadual paulista. Como está esse processo?
Depois de dois meses e pouco de secretaria, consolida-se minha fala do início da gestão, em que eu expressava meu sentimento sobre salários inadequados, carreira inexistente ou sem reconhecimento do mérito e de falta de diálogo da secretaria com a rede. Organizamos visitas semanais de trabalho aos polos. Dos 15 polos nos quais estão divididas as escolas e as diretorias regionais, já nos reunimos com seis. Até meados de abril deverei ter trabalhado com todos. As reuniões estão sendo bem organizadas. Os professores das escolas das diretorias daquele polo se reúnem, formalizam um documento, elegem alguém que fará a apresentação no dia da reunião de trabalho. Os diretores, servidores, os PCOPs, os supervisores fazem o mesmo. Todas as categorias documentam e apresentam a uma plenária suas questões e as discutimos. É uma construção coletiva de uma política pública de educação de qualidade. Não concebo fazer gestão acadêmica sem ouvir as pessoas que estão efetivamente fazendo a gestão. São as pessoas que fazem o processo da educação. Na gestão escolar ou na sala de aula. Esse é o objetivo número 1: construir uma proposta. Na carreira e no salário, a proposta está sendo consolidada. Já apresentei ao governador uma política salarial e na semana que vem estarei conversando com os secretários da Fazenda e do Planejamento. Pretendo apresentar uma proposta para a rede no final deste mês.
Que envolve carreira e salário?
Numa primeira instância, envolve salário. E por quê? Não consigo conceber uma carreira feita de cima para baixo, sem que se discuta com professores, diretores, supervisores. Isso faz parte do processo. Então apresentarei uma proposta de salário e um início de uma proposta de carreira, que será trabalhada pela rede.
Que podemos esperar em termos de direcionamento?
Com a proposta e com a discussão da carreira, que será construída em conjunto, vamos iniciar um processo no Estado de São Paulo, que espero venha a ser nacional: o de tornar a carreira do magistério uma das dez mais procuradas pelos jovens do país em dez anos. Prevemos ações de curto, médio e longo prazo. Claro que meu período aqui é pequeno, mas quero deixar em andamento. As ações de curto prazo estão bem definidas: a reorganização do ensino fundamental de nove anos, a reorganização do ensino médio, duas questões-chave na área pedagógica; a atualização de dois currículos importantes, que são o "Ler e Escrever" e o "São Paulo faz escola"; estamos trabalhando com a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) numa nova política de manutenção e construção de escolas, em que qualidade e prazo sejam fundamentais. As escolas já receberam um documento chamado "Por uma educação de qualidade", com 16 páginas, com grande riqueza pedagógica, contando um pouco da história da educação, da progressão continuada, o seu porquê, e colocando essa discussão para a rede. No documento, apresento uma proposta da secretaria, em que introduzimos um ciclo a mais, com os nove anos sendo divididos em três ciclos de três, dois e quatro anos.
Isso tem sido bem aceito?
Tenho ouvido nas reuniões de trabalho propostas de mais um ciclo, ou seja, a divisão ficaria em ciclos de três anos, dois, dois e dois. Faremos isso em conjunto. Eles é que estão fazendo o ensino na ponta, então é importante que se manifestem, mas fundamentalmente estamos discutindo a questão da recuperação logo após a percepção de que o conteúdo não foi absorvido. O objetivo é fazer com que os jovens e os servidores que estão na rede entendam que a carreira do magistério é importante, que se valorizem os professores e que se reconstrua a importância do servidor do magistério como elemento fundamental na questão do ensino e aprendizagem.
Uma reclamação recorrente de seus antecessores é a dificuldade de levar adiante a reforma da carreira em função da obstrução dos sindicatos. Como o senhor vê essa questão?
Na primeira semana de secretaria, eu e o secretário-adjunto, professor Palma, nos reunimos com os seis sindicatos e deixamos claro que a nossa história na universidade pública nos coloca numa outra postura de gestão. Fui reitor da Unesp, onde fiz minha carreira, e sempre prevaleceu o diálogo, a construção coletiva, visão acadêmica forte, controle de gestão. Quero trazer isso para a rede. O diálogo é fundamental na educação. Nessas reuniões de trabalho, estou ouvindo os professores, diretores, servidores, que estão falando sobre as questões que os afligem em relação a termos no Estado de São Paulo uma educação pública de qualidade nos ensinos fundamental e médio. Já temos isso nas três universidades públicas, mas não entendo o fato de não termos no fundamental e no médio. Há questões a serem resolvidas. A universalização trouxe questões para as quais o país não estava preparado. Estamos fazendo em 40 anos o que a França levou 100 anos para fazer. Temos de trabalhar rápido, de qualificar professores para lecionar para crianças com necessidades especiais, libras, tem de ter um professor mediador que resolva alguns conflitos iniciais, salas especiais, a merenda... Estamos trabalhando, a secretaria e o país como um todo, para dar condições de, com a universalização, ter qualidade. Já resolvemos a quantidade, temos de resolver a qualidade. O objetivo desta administração é iniciar esse processo, e isso passa pelo diálogo com a rede.
Qual a sua opinião sobre a remuneração por desempenho?
A carreira acadêmica é uma carreira de mérito. Nós, professores, somos avaliados diariamente, pelos alunos, por nossos pares, pela família, pela sociedade. Os meninos nos veem como exemplo nesse processo cotidiano de avaliação. Na universidade, isso se dá na forma da carreira, em que você evolui através do seu esforço. É possível, ao ir se qualificando, galgar posições e ter salários melhores. A carreira acadêmica tem de privilegiar o comprometimento para com a atividade- fim e permitir que avancem aqueles que quiserem, tiverem compromisso e se esforçarem. Não acredito em nada que não venha de trabalho e esforço. Isso feito, a carreira tem de permitir que haja uma evolução.
E a prova de mérito instituída para avaliar a qualidade em São Paulo?
Não concordo. Não é uma única prova que irá dizer se o professor está comprometido com sua atividade; é um equívoco. Essa prova permite um aumento salarial de 25% para até 20% daqueles que foram aprovados. Também não concordo. Você tem um contingente que tira a nota mínima e só 20% têm a possibilidade de ter os 25%. Isso não é carreira. Essa prova pode ser um item em um conjunto que analise o comprometimento. Uma prova única não pode avaliar o mérito. A carreira que vamos construir indicará outras questões tão importantes quanto a prova.
E o bônus?
O bônus é uma avaliação de sistema que reflete no salário do professor. Também não concordo. A avaliação do sistema nem sempre significa que houve comprometimento, desempenho e envolvimento do professor na melhoria da formação do aluno. Uma coisa é avaliar sistema, outra é haver uma carreira que dependa do esforço e do trabalho das pessoas, e que elas, por meio disso, possam evoluir. Isso é carreira. Outra é avaliar o sistema através de uma prova. Transformar isso em salário não é política salarial. É preciso ter uma política salarial, que pode até ter o bônus e a prova de mérito, desde que essas questões não sejam as únicas que promovam melhora salarial, que é o que acontece hoje.
O senhor anunciou a introdução de uma nova prova padronizada logo depois de assumir, com o intuito de melhorar o desempenho dos alunos no meio do ano. Está convencido de sua utilidade?
Hoje, temos um número enorme de avaliações que, em última instância, significam salário - como o Saresp. As avaliações de sistema teriam de indicar interferências para melhorar o processo, dizer se o "Ler e Escrever" está indo bem, por exemplo. O que estamos propondo, que está em discussão na rede no documento "Por uma educação de qualidade", é que para que haja, no conceito de ciclos, o aprendizado do estudante, se detecte imediatamente que ele não aconteceu e permitia a recuperação logo na sequência. Se o estudante não se recuperar naquele ciclo, vai levar uma deficiência adiante. A proposta em discussão na rede é que a Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp) prepare um banco de itens para que o professor aplique e avalie o aluno a cada dois meses. Uma vez o aluno avaliado e identificada a necessidade de recuperação, isso é feito de imediato. Umas das propostas é que seja no contraturno, mas há problemas, por causa do transporte. Outra opção é paralisar as aulas uma semana para a recuperação. Aqueles que não precisam da recuperação permaneceriam na escola com outras atividades - esportivas, culturais, etc. Isso está em discussão.
Mas não é uma avaliação concebida pelo professor...
É elaborada pela Cenp. Para facilitar, criamos um banco de itens e o professor escolhe. A ideia é que o banco de itens reflita aquilo que o aluno deve aprender. O professor busca no banco, faz avaliação, corrige e indica quem precisa de avaliação.
Qual sua visão sobre a questão do currículo?
Nessas reuniões de trabalho, o fato de existir um currículo foi elogiado em todas, sem exceção. O fato de se ter um material que permita que um aluno saia de uma escola para outra, e não fique sem estudar determinado conteúdo, isso acabou. Os professores, os diretores, os supervisores, todos, sem exceção, elogiaram o fato de haver um currículo único. Solicitaram que haja a revisão do currículo a cada dois anos, o que já estamos fazendo. Hoje, Cingapura não tem mais currículo. Muitos anos atrás, estava na condição que estamos hoje, e tinha um currículo também. Então, as experiências internacionais mostram que estamos na fase em que deveríamos estar. Devemos ter um currículo único. À medida que evoluirmos em alguns aspectos como na qualidade dos professores, da sua formação, isso pode acontecer. Esse é um problema sério no país hoje. As universidades não estão formando professores licenciados para serem professores. Esse é um trabalho que estamos fazendo com as universidades aqui em São Paulo. Os licenciados que estamos formando não estão preparados para estar na sala de aula. É uma crítica que faço como ex-reitor de uma universidade pública.
As universidades públicas são acusadas de dar uma formação distante do chão de sala de aula, pouco prática. O problema é esse ou é que formam pouca gente?
As coisas não são excludentes, caminham no mesmo sentido. Temos hoje a universidade formando licenciados, mas o grande pedido é de criar o bacharelado. Percebe-se que o aluno não quer a carreira de licenciatura, quer o bacharelado para depois fazer o mestrado, doutorado, seguir a carreira acadêmica. Há também o desinteresse pelas licenciaturas, pois o magistério não é uma carreira atrativa. E muitos alunos procuram as universidades privadas, a educação a distância, para, por meio de concurso público, ingressar na rede. A preocupação com relação à formação dos professores fez com que, na gestão anterior, se criasse a Escola de Formação, que é fundamental. Ela tem de ser um braço de qualificação do nosso servidor, qualquer que seja ele, administrativo ou docente. Esse é o papel da escola de formação, e ela está trabalhando nesse sentido.
Está trabalhando a contento? Não está fazendo muita formação a distância?
É muito nova, foi criada em 2010. Está fazendo presencial também, mas a rede é muito grande, estamos falando de 5 mil escolas, 5 milhões de alunos, milhares de servidores. Ela vem usando o ensino a distância, mas tem feito algumas ações presenciais também. É preciso que as universidades rediscutam a formação do licenciado, seus currículos, a necessidade de qualificarmos o professor de acordo com o currículo das escolas. E dar uma carreira atrativa, permitindo que os jovens se interessem pelo magistério. Outra coisa que também se discute nas reuniões de trabalho é a ideia de intensificar o programa de concessão de bolsas de mestrado e doutorado para os servidores da rede, permitindo que melhorem sua qualificação. Essa resolução já está pronta para ser assinada. Há outra coisa também, que fiz na Unesp, que é permitir que o servidor da rede tenha uma bolsa que lhe permita fazer um curso de graduação. Qualificar o servidor da rede é fundamental para que haja uma melhor condição de formação dos alunos.
Há algum país em que possamos nos espelhar para esse processo de valorização?
Inglaterra. Quando Tony Blair assumiu, a carreira do magistério era das menos procuradas. Ele conseguiu, através de carreira e de uma política que valorizou as pessoas, que se tornasse aquilo que queremos. Tenho duas visões [cita documento então recém- encaminhado ao governador Geraldo Alckmin]: transformar a qualidade da Educação Básica de São Paulo, posicionando o estado entre os 25 melhores sistemas do mundo até 2030; e resgatar a importância da carreira do professor, posicionando-a entre as dez profissões mais desejadas e respeitadas em São Paulo. Para isso acontecer, a primeira coisa é discutir salário e criar uma carreira. Claro que 2030 será um outro governo, mas esta é a proposta. Acredito em planejamento. Quando trabalhava na Unesp, construí o PDI, que dizia o seguinte: em dez anos seremos uma das 200 melhores universidades do mundo. No primeiro ano, focamos as ações orçamentárias e financeiras, destinamos recursos para professores irem ao exterior se qualificar, para os laboratórios de pesquisa. Passamos das 500 para as 400 melhores no ranking mais rigoroso e, entre as universidades ibero-americanas, já éramos a sexta, incluindo aí Portugal e Espanha. É preciso fazer algo pensando à frente, além desse período.